quarta-feira, dezembro 14, 2011

Psicoterapia, o que é isso mesmo? Pra que serve??

            O processo psicoterapêutico tem como função mediar as pessoas na construção de ferramentas que lhe possibilitem alterar as situações difíceis e de sofrimento. Para isso, busca localizá-las no modo como vivenciam sua própria história, assim como pretende mostrar o contexto social em que estão inseridas e no qual vem constituindo sua personalidade. 
            A partir disto, as pessoas terão condições de compreender como chegaram a ser quem são naquele momento e, principalmente, que podem agir de forma a alterar o seu futuro. Isto ocorre na medida em que o psicoterapeuta utiliza instrumentos e técnicas – como, por exemplo, a descrição dos eventos ocorridos ao longo da história do sujeito, bem como  sua compreensão – para assessorar a pessoa nas mudanças desejadas. Para isso, consideramos que as pessoas se caracterizam, fundamentalmente, por serem um eterno vir-a-ser, portanto, pela possibilidade de alterar a si mesmas e o curso de suas vidas.
            Sendo assim, o psicoterapeuta torna a psicologia, ciência para muitos, obscura e inexplicável, em algo simples, claro e acessível a todos. A psicoterapia é um processo de construção de conhecimentos sustentados nos fenômenos psicológicos, ou seja, na realidade das relações humanas. Um fenômeno psicológico pode ser considerado uma depressão, um estresse, uma ansiedade etc. Então, a psicologia é uma disciplina científica que tem como objeto de compreensão e intervenção a personalidade e os fenômenos psicológicos que precisam ser investigados, pois a situação vivida por cada pessoa é singular, diferente de pessoa para pessoa. Por exemplo, o que causa ansiedade na minha vida é diferente do que causa na sua. Assim, o caminho que teremos que percorrer será diferente para podermos superar nossa ansiedade, por isso que não existem receitas de “bolo”, já que cada caso é um caso porque cada um é uma personalidade única!
            Então, esse caminho chamado processo psicoterapêutico irá ocorrer conforme a participação e o comprometimento do cliente, em função disso não é possível prever o tempo de duração do processo. O que podemos deixar claro é que há um início, um meio e um fim.
Autoras:
Beatriz Regina Cavalheiro - beacavalheiro@gmail.com
Geórgia Bunn - georgia1004@hotmail.com
Colaboradora:
Ana Teresa Lima - ana.t.psicologa@gmail.com

terça-feira, outubro 18, 2011

O Processo de Emagrecimento

Em nosso cotidiano estamos envolvidos com uma série de atividades e mal temos tempo para sentarmos calmamente, escolhermos nossa alimentação e equilibrá-la com qualidade. Essa questão nutricional é muito importante na problemática do emagrecimento, entretanto, fatores psicológicos e culturais também estão envolvidos nesse problema, na medida em que, constituem a personalidade de uma pessoa com dificuldades para emagrecer. 

Nossa sociedade estabelece que uma pessoa acima do peso, mesmo sendo saudável, é aquela que está fora dos padrões estéticos de beleza, que caracterizam o belo como sendo o magro, o esbelto. Juntamente a isso há toda uma rotulação e um preconceito em relação ao gordo. Frente a esse contexto, a pessoa é “lançada” a uma exigência social de que deve fazer uma dieta para emagrecer e manter o peso “ideal”, determinado pelo social. Assim, o ser magro é imposto pela sociedade como um dever-ser. Essa questão cultural acaba “jogando” a pessoa na ansiedade e numa relação de “corredor” com o emagrecimento, fazendo com que só pense em alimentação e dietas. Ao vivenciarem isso, as pessoas geralmente são “engolidas” pela situação, se “movem” por ela, só falam dela e com isso não tomam “distância” da comida. Como conseqüência, podem sentir cada vez mais vontade de comer, acabam comendo, e assim rompem com sua dieta ou a manutenção desta. Outro aspecto cultural implicado nessa questão é a noção “mágica”, imediatista, de que, simplesmente, pelo fato de começarmos uma dieta ou diminuirmos a quantidade de alimentos em pouco tempo estaremos magros. Esquecemos que houve todo um processo que envolveu tempo e ações para engordarmos. A relação com o emagrecimento se dá da mesma forma. É necessário agir de modo a possibilitar que ele ocorra e isso implica em tempo e ações, na medida em que é um processo de emagrecimento.

O acompanhamento psicológico proporciona à pessoa reflexões a respeito do corpo que ela deseja ter, como quer ser e estar no futuro, e ainda, procura auxiliar na manutenção dos resultados da dieta nutricional e médica, fazendo com que ela se reconheça como podendo ser magra e fazendo o caminho necessário ao emagrecimento. Nesse sentido, a pessoa passa a ter motivos para agir e emagrecer, que é o permitir-se um futuro no qual ela se vê saudável e satisfeita, inclusive, esteticamente.


Autora:
Beatriz Regina Cavalheiro - beacavalheiro@gmail.com
Colaboradoras:
Ana Teresa Lima - ana.t.psicologa@gmail.com
Geórgia Bunn - georgia1004@hotmail.com

terça-feira, outubro 11, 2011

O quê é de fato importante?

Atualmente nós mulheres somos educadas primeiramente para ter uma vida profissional e, assim, sermos independentes financeiramente de nossos companheiros. Isto quer dizer que ainda somos “criadas” para ter um marido, nossa felicidade e realização necessariamente passam por uma vida conjugal. Certo, até aí tudo bem... É bom mesmo compartilhar a vida ao lado de alguém, ninguém quer estar só, na medida em que somos seres sociais e que precisamos dos outros para nos confirmar ou desconfirmar, ou seja, precisamos do outro para nos fazermos quem somos! No entanto, será que não somos felizes ao lado de um(a) amigo(a) para um café, de um(a) irmão(ã) para um cinema, de um(a) primo(a) para uma praia, de um(a) pai/mãe para um apoio ou conselho? Certamente que sim!!! Então, precisamos aprender a valorizar essas outras relações de nossa vida, que tantas vezes nos descuidamos, não é mesmo?! Somos filha, amiga, irmã, prima, profissional, temos lazer, temos um corpo para cuidar e podemos ter um namorado ou marido, todas estas relações são importantes para nós. Entretanto, parece que se não temos um namorado/marido nossa vida torna-se menos prazerosa, as coisas ficam sem sentido, perdemos a vontade de fazer aquela viagem (pois ela era um projeto do casal), quase não vamos ao cinema (pois isso nos remete aos programas que os casais fazem), sair sozinha então, nem pensar, sair com um casal amigo, imagina se vamos “segurar vela”. Precisamos refletir: Porque estas coisas acontecem? Porque pensamos assim? Porque deixamos de fazer o que para nós é importante? Porque nos acomodamos? Temos que nos questionar o tempo todo para não deixarmos de escolher o que é importante para nós, independentemente de estarmos sós ou na companhia de um namorado ou marido, a escolha de ser feliz está nas nossas mãos e não na mão de qualquer outra pessoa! Devemos tirar mais proveito disso!!!!

Autora
Beatriz Regina Cavalheiro - beacavalheiro@gmail.com
Colaboradoras:
Ana Teresa Lima - ana.t.psicologa@gmail.com 
Geórgia Bunn - georgia1004@hotmail.com

terça-feira, outubro 04, 2011

Violência contra as mulheres: Ninguém merece!!!

Gente, agora é “papo” chato, mas precisa ser refletido e denunciado!

Há diferentes tipos de violência que as mulheres são submetidas cotidianamente: violência sexual, física, patrimonial, institucional e psicológica ou moral, sendo esta última, a que mais nos ateremos aqui.

A violência sexual* é quando a mulher é obrigada a estabelecer relações sexuais sob ameaça, coerção ou chantagem, sendo que pode ser cometida pelo próprio companheiro, familiares ou desconhecidos. A violência física* caracteriza-se por qualquer agressão sofrida: empurrões, arranhões, beliscões, queimaduras, chutes, socos, bem como, ferimentos causados por armas de fogo, facas, estilete, móveis ou outros objetos. A violência patrimonial* ocorre quando a mulher é impedida de usar seus documentos pessoais, objetos, instrumentos de trabalho, bens ou quaisquer outros meios dos quais dependam sua subsistência. A violência institucional* é qualquer ato constrangedor, fala inapropriada ou omissão de atendimento realizado por servidores públicos durante a prestação de serviço.

A violência psicológica ou moral é constituída por atitudes que provocam abalo na auto-estima da mulher: são ofensas, desqualificações, difamações, proibições (de estudar, trabalhar, expressar-se, estabelecer uma vida social ativa com colegas de trabalho, amigas(os) e/ou familiares). Esse tipo de violência é muito comum, ocorre cotidianamente, e muitas vezes, sem percebermos, pois ela é silenciosa, deixa apenas mágoa e ressentimento. Sem deixar marcas físicas, acaba passando despercebida pelos outros e a sofremos isoladamente. Sendo assim, precisamos ficar atentas ao primeiro sinal de desrespeito e desqualificação para podermos demarcar essa atitude de imediato e para que fique claro que não admitimos, ou melhor, repudiamos tal postura. Até porque, este pode ser um hábito comum realizado por determinada pessoa, necessitando então, ser extinto da prática cotidiana. Para tanto, é preciso ter coragem e dizer chega, ou seja, precisamos colocar um limite no outro, para que ele veja o que faz e pare de ter este tipo de atitude. Muitas vezes, não é fácil nos posicionarmos desse jeito, mas se faz necessário e urgente.

Como somos seres sociais, vivemos nos relacionando com pessoas e nestas relações buscamos ser reconhecidas e confirmadas pelo que somos ou fazemos. Quer dizer, gostamos quando agradamos quem nos cerca, quando somos elogiadas ou quando sentem orgulho de nós. Contudo, somos humanas e como tal, podemos errar, mas as críticas podem ser feitas de forma cuidadosa e construtiva. Entretanto, quando somos caluniadas, ofendidas, xingadas, humilhadas ou violentadas de alguma forma, isto nos atinge profundamente, causando sofrimento. Então, precisamos ter forças e dar um basta nisso!!!!!!  E para ontem!!!!

* Fonte: Almanaque da Mulher: A Incrível Jornada - Verdeperto Comunicação, 2009. Acesso: http://verdepertocomunica.com.br/

Autora:
Beatriz Regina Cavalheiro - beacavalheiro@gmail.com

Colaboradoras:
Ana Teresa Lima - ana.t.psicologa@gmail.com
Geórgia Bunn - georgia1004@hotmail.com

terça-feira, setembro 27, 2011

Ansiosas como nunca...

Atualmente, a ansiedade faz parte de nosso cotidiano (Afff!!), pois são muitas as exigências e expectativas “lançadas” sobre nós, ou mesmo, as quais nos “lançamos”. Temos que dar conta de tudo e ainda estarmos lindas! Desejamos ser a profissional exemplar, a mãe “superpoderosa”, a amiga sempre presente, a namorada ideal etc. Tudo isso gera uma grande frustração quando não alcançamos e, conseqüentemente, muita ansiedade.

Mas afinal, o quê é a ansiedade? Ela pode ser considerada uma emoção comum vivida frente a alguma situação nova que gera certa insegurança, ou então, pode ser uma característica de nossa personalidade, podendo ou não tornar-se um problema psicológico com o qual nos debatemos com freqüência.

Geralmente, a ansiedade está presente quando estamos frente alguma mudança significativa em nossa vida. Neste sentido, ela é uma emoção que nos atinge momentaneamente. Um exemplo disso é quando estamos aguardando o resultado de uma seleção profissional para um emprego que desejamos muito. Nessa espera podemos ser engolidas pela ansiedade, ficando na mão dela até que a notícia chegue.

Agora, a ansiedade, enquanto característica de nossa personalidade pode vir a se tornar um problema psicológico na medida em que é uma dinâmica de nosso ser. E, nesse caso, é uma inviabilização do nosso projeto-de-ser. Quando ela está presente o tempo todo, há um sentimento de aflição constante, uma ânsia por fazer tudo e rápido, dificultando a concentração e a execução de tarefas cotidianas, paralisando-nos e impedindo-nos de agir na direção em que desejamos. Podendo levar-nos à incapacidade de relaxar, chegando ao cansaço ou mesmo ao esgotamento. Quando isto ocorre, não estamos conseguindo lidar com a realidade e o tempo concreto. Quer dizer, nos afligimos no presente, por estarmos sempre “trazendo o futuro para o agora”, ou melhor, não estamos considerando que existe o período de tempo real e concreto até chegar ao futuro. Acabamos por nos atropelar, fazendo com que não consigamos prestar atenção e curtir a situação presente, pensando em tudo que ainda temos por fazer. Então, como primeiro passo para escaparmos da ansiedade, necessitamos constatar que há um tempo real e um caminho concreto para as coisas se efetivarem, ou seja, há um processo a percorrer.

Sabemos que não é fácil, simples ou rápido, mas possível...
É mulherada, sempre existe uma luz no fim do túnel. Ainda bem!!!

Autoras:
Beatriz Regina Cavalheiro - beacavalheiro@gmail.com
Ana Teresa Lima - ana.t.psicologa@gmail.com

Colaboradora:
Geórgia Bunn - georgia1004@hotmail.com

sexta-feira, setembro 23, 2011

Liberdade

" ...é necessário, além disso, sublinhar com clareza, contra o senso comum, que a fórmula "ser livre" não significa obter o que se quis, mas sim "determinar-se por si mesmo a querer". Em outros termos, o êxito não importa em absoluto à liberdade. [...] O conceito técnico e filosófico de liberdade, o único que consideramos aqui, significa somente: autonomia de escolha. (Jean-Paul Sartre em "O Ser e O Nada")

Uma Mulher - Joán Miró

terça-feira, setembro 20, 2011

Onde foi parar meu sutiã?

Muitos são os motivos que nos levam a usar sutiã: sustentar nossos seios, para que não apareçam na roupa transparente, para aumentá-los de volume, para nos enfeitar e seduzir alguém etc etc etc...

Em 1968, 400 mulheres ativistas do Women’s Liberation Movement, nos EUA, fizeram um protesto contra a realização do concurso Miss America. O episódio ficou conhecido como: “A Queima dos Sutiãs Além dos sutiãs, elas colocaram no chão sapatos de salto alto, cílios postiços, sprays de laquê, maquiagens, revistas, espartilhos, cintas e outros artefatos femininos e daí surgiu a ideia de queimá-los. Contudo, não o fizeram por se tratar de um lugar público. De qualquer forma, o símbolo e os significados desse ato perduram pelos anos e costumamos associá-los a uma posição radical de feminismo.

Não nos consideramos radicais, mas entendemos a função de todo esse rebu naquela época. Por isso, trazemos aqui a imagem desse nosso companheiro diário - o sutiã - para fazermos um link com uma reflexão que permanece, ainda hoje, sobre a condição da mulher: O que nós mulheres fazemos de nós mesmas, a partir daquilo que fazem de nós?

Não é só porque nascemos com o sistema reprodutor feminino ou porque produzimos determinados hormônios, que somos mulher. Como Simone de Beauvoir disse: “não se nasce mulher, torna-se mulher”, ou seja, vamo-nos constituindo a partir da interação com a cultura e com o meio social que vivemos. Por isso, é importante estarmos antenadas às ideologias que estão a nossa volta, seja na escola, no trabalho, no grupo de amigos, na igreja, nos relacionamentos afetivos etc.

Apesar de nossa condição ter-se modificado enormemente, considerando os últimos 50 anos, se prestarmos atenção perceberemos que nosso mundo ainda é permeado por uma ideologia masculina e muitas vezes machista. Reproduzida por nós, inclusive! Quantas de nós continuam sonhando em casar com um homem rico? Quantas de nós ensinamos aos nossos filhos serem garanhões e nossas meninas princesas? Quantas de nós escolhemos rosa para as meninas e azul para os meninos? Quantas de nós...? Enfim... os exemplos são muitos para um simples post. O que realmente queremos dizer é que ainda precisamos continuar construindo esse mundo com concretas possibilidades e oportunidades iguais para homens e mulheres, onde não haja discriminação frente às escolhas de cada um.

Quando passarmos a ensinar aos nossos filhos e filhas que eles possuem as mesmas possibilidades de vida, estaremos propiciando à mulher, liberdade de escolha dentre as mesmas oportunidades. Escolher aquilo que ela realmente quer ser e não somente aquilo que a sociedade espera que ela seja e “deixá-la enfim correr todos os riscos e tentar a sorte”. Ensine isso para você mesma!

Não significa deixarmos de lado nossos saltos, cílios alongados, silicones e principalmente, nossos sutiãs, use-os do tamanho que quiser, da cor que preferir, de todos os modelos ou mesmo topless. Bata no peito e diga: essa sou eu, em minhas várias formas!

Agora... que é bom tirar o sutiã quando a gente chega em casa...isso é!

Autora:
Ana Teresa Lima - ana.t.psicologa@gmail.com

Colaboradoras:
Beatriz Regina Cavalheiro - beacavalheiro@gmail.com
Geórgia Bunn - georgia1004@hotmail.com